Artigo

A evolução da inteligência artificial: uma jornada fascinante

Por Gustavo Jaccottet - advogado / [email protected]

Nas próximas semanas, dedicarei minha atenção à inteligência artificial (IA). Esse enfoque não é impulsionado por sua relevância atual, mas por reconhecer que o conceito não é uma novidade. Embora para alguns a IA signifique uma revolução ou um marco decisivo, opto por uma abordagem mais cautelosa. É crucial enfatizar que a IA transcende ferramentas específicas como o ChatGPT ou o Gemini, remontando aos primeiros computadores que processavam dados através de instruções humanas, desde os cartões perfurados até linguagens avançadas como Python e C#.
A integração da IA em nosso cotidiano provoca uma gama de reações que incluem desdém, apreensão e admiração. Ela se manifesta desde chatbots que solucionam nossas dúvidas básicas até algoritmos que sugerem produtos e antecipam decisões judiciais, marcando presença crescente em nossas vidas. Esse desenvolvimento acelerado provoca intensos debates, polarizando opiniões entre críticos severos e defensores ávidos.
Frequentemente, os detratores questionam a própria essência da IA, classificando seus usuários como ingênuos ou imprudentes e negligenciando tanto sua trajetória evolutiva quanto sua vasta gama de utilidades. Recordar que a IA não emergiu abruptamente é fundamental. Desde os primórdios com chatbots e jogos de xadrez eletrônicos, a tecnologia percorreu um caminho extenso.
Em 1994, fui apresentado pelo Dr. Vinicius Torres Antunes ao algoritmo Fritz, capaz de processar milhares de jogadas de xadrez em segundos. Ao indagar sobre a ausência de cores na tela, ele me explicou que a essência residia no código, e não na estética visual. Em um passo adiante, em 1997, a IBM lançou o Deep Blue, que competiu em uma série de jogos memoráveis contra o campeão mundial Garry Kasparov.
A IA de hoje excede em muito seus predecessores. O salto no poder de processamento ampliou seu espectro de aplicação, abrangendo desde diagnósticos médicos até a engenharia de veículos. Reconhecer as propriedades singulares da IA contemporânea e evitar comparações reducionistas com as versões anteriores é vital.
A evolução da IA também se traduz em uma impressionante redução de espaço. Se o local ocupado pelo CDC 6600 da IBM fosse ocupado por MacMinis com processador M2 Pro, seria possível acomodar um número colossal de máquinas, o que aqui é uma comparação esdrúxula, mas para fins de se destacar a evolução da IA, tema da semana que vem, é relevante destacar este abismo.

Característica CDC 6600 MacMini com M2 Pro Data Center (280 m2 com MacMinis)
Espaço Ocupado 280 m2 0,015 m2 (estimativa) 280 m2
Flops (operações de ponto flutuante por segundo) 3,3 milhões 10 trilhões 28 quadrilhões
Consumo de Energia 150 kW 65 watts 182 kW (estimativa)
Custo por 1.000 Flops US$ 30.000 US$ 0,0006 US$ 0,0064 (estimativa)

O comparativo acima fala por si só. Considerando que o modelo de computador que escolhi nem é de longe os que são alocados em Nuvem para rodar os modelos mais sofisticados, pois o MacMini possui uma GPU digamos "simples" perto das soluções da Nvidia, que alçou o trilhão de dólares justamente pela litografia de seus processadores de dados e de gráficos, fundamentais para o desenvolvimento do trato de aprendizado de máquina, treinamento e aplicação em linguagens largas multimodais, capazes de processar voz, vídeos e texto, independente da ordem, seja de vídeo para texto, texto para voz, o caminho, agora é sem volta. Ou todos os usuários dos meios de informação se adaptam ou ficarão soterrados pelo mesmo abismo que separa o topo de linha da IBM nos anos 1960 a um modelo modesto da Apple, lançado há quase dois anos, logo o que dirá se os parâmetros de comparação fossem outros.

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